A tragédia que abalou Cuiabá ainda ecoa entre familiares e amigos de Emilly Sena Azevedo, de 16 anos, brutalmente assassinada na última quarta-feira (12). Enquanto a dor da perda ainda é latente, Edivaldo Silva, viúvo da jovem, se apega na filha recém-nascida para encontrar forças e seguir adiante.

A pequena Liara, fruto do relacionamento entre Emilly e Edivaldo, recebeu alta do Hospital Santa Helena na sexta-feira (14), apenas seis dias após vir ao mundo. A recém-nascida foi resgatada após ser levada da mãe pela bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, que tentou registrar a criança como sua filha. O crime ocorreu no bairro Jardim Florianópolis e chocou a população pela crueldade.

Nataly foi presa ainda na noite do mesmo dia, quando tentava formalizar a certidão de nascimento da bebê no hospital. A tentativa de fraude foi descoberta após uma obstetra perceber que a suspeita não apresentava sinais de puerpério, período natural do corpo feminino após o parto.

Agora, ao lado da filha e da sogra, Ana Paula Azevedo, Edivaldo tenta reconstruir sua vida. Em entrevista à TV Vila Real, ele relembrou o início de seu relacionamento com Emilly e os planos que faziam para a chegada de Liara.

“Eu a conheci no trabalho. Começamos a namorar, a mãe dela descobriu, e fui morar na casa deles. Arrumei um emprego, conseguimos nossa casinha, compramos tudo para a bebê. Estava tudo pronto para recebê-la. Infelizmente, Emilly não pode estar aqui”, relatou emocionado.

Apesar da dor, Edivaldo destaca que sua filha é o maior motivo para seguir em frente. “Ela se parece muito com a mãe. Sempre que olhar para ela, vou lembrar da Emilly. Sei que nunca poderei trazê-la de volta, mas ela me deixou um pedaço dela, e eu irei cuidar da nossa filha com todo amor e carinho”, afirmou.

O caso segue sob investigação, e Nataly Helen está presa à disposição da Justiça.