O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, criticou a tolerância para crimes ambientais no Brasil e defendeu a necessidade de endurecer a legislação para combater o desmatamento ilegal e as queimadas. A manifestação ocorreu durante uma audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal (STF), realizada na última quinta-feira (19), em Brasília, para discutir medidas de combate aos incêndios no Pantanal e na Amazônia.
Mauro Mendes destacou que, apesar de o Brasil possuir o Código Florestal mais restritivo do mundo, a legislação ainda é insuficiente para coibir de forma efetiva as infrações ambientais. Para o governador, a impunidade nesses casos é um reflexo de como a sociedade brasileira se acostumou a conviver com as ilegalidades.
"As ilegalidades ambientais são toleradas há muitos anos nesse país. Nós brasileiros nos acostumamos a conviver com nossos problemas e, grande parte deles, se transformaram em normalidade, tirando de nós a credibilidade para defender essa lei", afirmou, acompanhado da primeira-dama, Virginia Mendes.
Mendes citou um caso específico ocorrido em Sorriso, Mato Grosso, onde o responsável por um incêndio florestal foi liberado após pagar uma fiança de R$ 800. "É inadmissível que alguém coloque fogo em uma área rural, seja preso e depois solto por um valor tão irrisório. Isso mostra o quanto nossa legislação é branda e precisa ser revista urgentemente", pontuou.
O governador também ressaltou os esforços de seu governo no combate a crimes ambientais. Segundo ele, o estado já destinou mais de R$ 360 milhões para enfrentar incêndios florestais e o desmatamento ilegal, com R$ 75 milhões aplicados somente em 2023. "Estamos fazendo nossa parte, mas enquanto houver tolerância a esses crimes, o problema persistirá", declarou.
A secretária de Meio Ambiente de Mato Grosso, Mauren Lazzaretti, complementou o discurso do governador, enfatizando as ações preventivas e de combate desenvolvidas pelo estado. Ela destacou que mais de mil bombeiros atuam diariamente no controle dos incêndios e que, até o momento, 3,7 milhões de litros de água foram lançados sobre áreas afetadas com o auxílio de aviões. Além disso, brigadistas e bombeiros foram capacitados e investimentos em infraestrutura garantiram o apoio logístico necessário para essas operações.
A audiência de conciliação foi presidida pelo ministro Flávio Dino, do STF, e contou com a participação de representantes de estados da Amazônia, Cerrado e Pantanal, além de outras autoridades federais. O objetivo do encontro foi debater soluções conjuntas para mitigar os impactos das queimadas e do desmatamento nos biomas brasileiros.
Fonte: Governo do Estado de MT
Data: 19/09/2024