Não lembramos, mas desde épocas pretéritas o discípulo de Platão, o também filósofo Aristóteles de Estagira (384 a.C – 322 a.C) criou o termo “Zoon politikon” ou Homem Político.
Sem aprofundar no abismo dos pensamentos arredios e revolucionários da filosofia e dos filósofos, mas desincrustando e abrindo a ostra atrás da mais pura e reluzente pérola seria um engodo considerar que o homem é essencialmente político, pois a política surge na e pela relação entre os homens.
No contexto secular de relação, cenários históricos e fruição do inconsciente coletivo a filósofa alemã de origem judaica Ara Arendt, cravou a política como uma ação que se organiza "a partir do caos absoluto das diferenças" sendo uma necessidade humana decorrente de sua condição de fragilidade, que possibilita o encontro dos diferentes, no exercício da liberdade que trabalha o bem comum, a convivência, mas sem perder a singularidade de cada um.
Em oportuno, Sigmund Freud, o Pai da psicanálise, contribuirá de certa forma, apesar de não adentrar no mundo da análise epistemológica da Política, com o tema tratado neste artigo, haja vista que descobriu e estudou como poucos o que hoje conhecemos como o inconsciente ou “inconsciente coletivo”!
Por ao considerar a individualidade que faz parte do corpo maior e indivisível que nasce não com o homem, mas da relação entre eles criando o que chamamos de inconsciente, e fazer uma avaliação não digo político-partidárias mas de nós mesmos enquanto atores políticos.
Crível enveredar na apreciação e estudo do senso comum, das concepções e usos normalizados e com o nosso “eu consciente” passarmos para a discussão que permita eventuais alternativas éticas e compreensivas que possam tomar o conflito político não em sua mais popular conotação de elemento indesejável a ser crucificado como Jesus o foi ao trazer temas sensíveis ao inconsciente coletivo da época, mas em uma atividade positiva e que possua um poder de articular as diferentes formas de se estabelecer o diálogo e a convivência entre pessoas melhorando assim; primeiro a nossa visão de relação com o outro (o contrário/alteridade/dialética); e, em um segundo momento e no caso específico de período eleitoral tornar o ambiente mais fértil e construtivo não para um determinado discurso, mas para TODOS ELES.
Pois em miúdos, um homem não tem uma essência política, mas sim uma natureza permanente de se constituir, sendo assim; pensar sobre política é pensar apenas em condições de debate, de rupturas, e não de consensos ou verdades absolutas!
Fonte: Celso Bicudo Jr. Advogado
Data: 26/07/2024