Passadas de geração em geração, as Festas de Santo são iniciativas de grande relevância para a vida social, cultural e econômica das comunidades de Cuiabá e da Baixada Cuiabana. Neste fim de semana, dias 19, 20 e 21 de julho, mais um evento do seguimento foi realizado na Comunidade de Moquém, no Distrito de Agrovila das Palmeiras, onde cerca de três mil pessoas estiveram reunidas na 3ª etapa do Circuito Turístico Pantaneiro, na Festa do Senhor Divino Santo Antônio da Cruz, que tem como patrono o seu Lilica (in memorian).
Sob coordenação de Wagner Belmiro, com apoio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) de Mato Grosso, deputado estadual Dr. João e Secretaria de Estado de Turismo do Estado – a tradicional festa da família do seu Lilica de Moquém - contou com a participação de pessoas de vários municípios.
Além de Santo Antônio de Leverger, participaram festeiros de Cuiabá, Nortelândia, Cáceres, Juscimeira, Rondonópolis, Várzea Grande e até do Rio de Janeiro, que desta vez, foi representado pela ilustre presença do carioca, José de Paula Neves Neto, que disse ter ficado encantado com a organização e riqueza cultural das celebrações.
Seguindo a tradição, a festa que é realizada há mais de 70 anos, com muita dedicação, devoção e amor, contou com a presença dos cururueiros no levantamento do mastro, realização da Santa Missa, reza cantada, dança de São Gonçalo, dança de São Longuinho, o tradicional Chá com Bolo e tantas outras iguarias da culinária regional, bem como inúmeras atividades culturais oriundas dos costumes da terra e das tradições da Igreja Católica.
Aos 74 anos de idade, Rosalina Pimenta Dias, uma das cozinheiras do evento e filha do seu Lilica, disse que o ofício foi ensinado por sua mãe. Aliás, ela explicou que é um costume, as mães levarem suas filhas desde pequenininhas para participar dos festejos, nisso as meninas aprendem a fazer as comidas e ao crescerem ocupam os lugares das mães e assim vai se preservando a cultura da festa familiar.
Roque do Moquém, irmão de Rosalina, ressaltou que tudo começou há 72 anos, quando o irmão deles, seu Lori, aos dois anos de idade, enfrentou uma grave doença e a mãe fez uma promessa a Deus, garantindo que se o filho ficasse curado ela iria manter a realização da festa enquanto tivesse vida. “E foi isso que aconteceu, nossos pais já faleceram e nós estamos dando continuidade à promessa da nossa mãe. Muitos milagres já aconteceram em nossa família, além da cura do meu irmão Lori. Enquanto Deus nos der forças iremos manter a tradição que, aliás, só foi deixada de ser realizada no período da pandemia de Covid-19”, contextualizou Roque.
Segundo a secretária adjunta de Turismo da Sedec, Maria Letícia Arruda de Morais Costa, iniciativas como essa promovem o turismo regional e de tradição em Mato Grosso.
“O turismo faz questão de apoiar essas iniciativas que promovem a tradição e cultura da região. Foram três dias de festa com apresentações de Siriri e Cururu, comidas típicas, e exposição de artesanato. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico é uma instituição que apoia diversas práticas em seus respectivos tamanhos desde que promovam o desenvolvimento econômico do Estado”, disse Maria Letícia.
Fonte: Márcia Martins, Crédito da foto Júlio Rocha
Data: 25/07/2024