O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou novamente nesta quinta-feira (20) o fim da greve dos professores universitários e técnicos administrativos de instituições federais de ensino, que já dura mais de dois meses. Em entrevista a uma rádio cearense, Lula afirmou que a paralisação está prejudicando os alunos.
Lula comentou sobre sua experiência no movimento sindical, destacando que já perdeu negociações por ser muito "radical". "Eu disse aos reitores que não estão prejudicando o governo, não estão prejudicando o Lula. Estão prejudicando, na verdade, os alunos, que estão perdendo bons dias de aula", afirmou.
O presidente também lamentou a falta de reconhecimento pela recomposição salarial de 9% concedida no ano passado. "Todo e qualquer movimento de trabalhador tem o direito de fazer greve e de reivindicar. O que as pessoas não podem esquecer é o que já foi feito, o que já foi oferecido. Nós apresentamos um pacote, demos 9% antecipado no ano passado. Eu, às vezes, fico triste, porque ninguém agradeceu os 9% e estão fazendo uma greve dizendo que é por 4,5% e que não damos nada nesse ano", disse Lula.
Lula destacou que o governo está retomando a normalidade após quase oito anos de estagnação e que há abertura para diálogo. "Eu espero que tenham compreensão e saibam que no meu governo não falta oportunidade de conversar", acrescentou.
O presidente se reuniu com reitores de universidades no início deste mês, em Brasília, e criticou a duração da greve. "A greve tem um tempo para começar e tempo para terminar. A única coisa que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. O dirigente sindical tem que ter coragem de propor, negociar, mas tem que ter coragem de tomar decisões que muitas vezes não é o tudo ou nada que ele apregoou", concluiu.
