Consultora dá dicas para aproveitar bem o 13º salário


 No final do ano, boa parte dos trabalhadores recebem o 13º salário e é preciso estar atento para fazer o melhor uso do recurso. A consultora de Negócios do Sicredi, Djully Mantoani, alertou que este dinheiro pode servir como salvação para uma dificuldade financeira ou, caso não haja planejamento, pode piorar a situação.

Em seu trabalho Djully faz análise do mercado, apontando as tendências e reconhecendo qual produto faz sentido para cada tipo de cliente. Em entrevista ao
 Site, ela deu dicas de como melhor utilizar este valor para investir, sem deixar de lado os presentes de final de ano, viagens ou pagamento de contas.

GD: Boa parte dos trabalhadores recebem o 13º no final do ano, que costumeiramente é uma época com mais gastos. O que é importante ter em mente quando for decidir como usar este dinheiro?

Djully Mantoani -
 Tem que entender que cada pessoa, cada indivíduo, tem um momento de vida e o que é indicado para uma pessoa ou perfil no momento, às vezes não é indicado para outra pessoa em um outro momento.

É importante não esquecer que este recurso é um dinheiro nosso, não é um dinheiro extra, é um dinheiro a que temos direito pelo nosso trabalho, então temos que considerar ele com a mesma seriedade do salário que recebemos, então é bom parar e fazer análises para não desperdiçar este dinheiro com algo muito supérfluo, sem necessidade de momento.

GD: Para quem está em um momento de dificuldades financeiras, por exemplo, a recomendação seria para usar este dinheiro para tentar dar uma solução, certo?

Djully Mantoani -
 O 13º é um recurso que pode auxiliar esta pessoa a resolver este problema de endividamento, às vezes como valor de entrada para uma renegociação, às vezes para uma quitação à vista com desconto, às vezes para amortizar uma parte desta dívida, então ele vem como um suporte financeiro para isso.

Se é uma pessoa que já está um pouquinho mais estruturada, ela pode usar esse 13º para investir, pode usar para pagar as contas de início de ano, material escolar para quem tem filho, impostos de carro e casa.

GD: Neste período, no entanto, muitos dos gastos são referentes às festas de final de ano, como conciliar?

Djully Mantoani -
 O que o brasileiro mais faz é usar esse recurso do 13º para presente de Natal. Eu vejo que separar uma parte desse recurso para isso, independente do seu momento de vida, pode fazer sentido. Tem muitas famílias em que as pessoas têm esse hábito e que não fazer isso traz uma dor muito grande. Mas é importante cuidar com o volume total gasto com estes presentes.

Muita gente pensa que o 13º é um recurso 100% extra e que a gente pode gastar de qualquer forma, esquece de fazer um planejamento. Então separar uma parte para comprar uma lembrancinha, talvez um pouco mais barata do que compraria normalmente, mais simbólica, é uma estratégia legal para quem está endividado e ainda assim não quer tirar o presente dos familiares e amigos.

GD: No fim de ano também são muito comuns as viagens. Porém, é uma época de alta temporada e o 13º vem já em cima da hora. Como aconselharia quem quer viajar a utilizar este dinheiro?

Djully Mantoani -
 Em período de alta temporada o custo das passagens, de hotel, de alimentação ficam muito acima do normal, então é bom evitar. Quem não se programou, se não for uma viagem extremamente importante, programar com mais calma para o próximo ano, para conseguir economizar muito e aproveitar bem mais a viagem.

A gente tem que viajar, sim, tem que aproveitar, mas sempre entendendo o ciclo de onde a gente vai. É fazer uma análise, parar, pegar papel e caneta e colocar ali se realmente vai ter uma despesa que compensa, porque às vezes não fazemos estes cálculos e no final acaba tendo uma surpresa ruim, tinha um bom 13º para gastar em uma viagem, mas quando volta já está também com os salários de janeiro, fevereiro e março todos tomados para quitar a viagem por falta de planejamento, aí um dinheiro que era extra, que era para trazer uma tranquilidade acaba trazendo um peso maior nas contas do início do ano.

GD: Para quem quiser abrir mão disso, outra opção é investir este dinheiro. Como avalia que o trabalhador deve prosseguir neste caso?

Djully Mantoani -
 Ele pode, deve, separar uma parte deste recurso, assim como todo recurso mensal, para criar este hábito de poupar. Eu digo que depende muito do perfil da pessoa, precisa avaliar se ela já investe, se já tem algum recurso guardado ou não, se já fez uma análise do perfil dele com o gerente de negócios do banco, porque a partir disso é possível indicar melhor.

Para quem nunca investiu, nós indicamos sempre começar com algo com uma maior liquidez, com a facilidade de pegar o dinheiro de volta em caso de necessidade e ir criando este hábito. O 13º, por ser uma renda ‘extra’ acaba trazendo esta oportunidade de ajudar a pessoa a ter recurso inicial para investir.  





Fonte: Gazeta digital
Data: 19/11/2023