Lojistas denunciam crise no Shopping Estação de Cuiabá


Reajustes abusivos e falta de diálogo.

Lojistas do Shopping Estação de Cuiabá relataram a reportagem do ConfiraMT que se sentem vítimas de contratos abusivos com cláusulas contratuais que representam uma verdadeira coação para pagamento de aluguel.

A reportagem dialogou com lojistas que expuseram suas insatisfações com a direção do estabelecimento. No entanto, os depoimentos foram colhidos sob anonimato, pois os lojistas temem represálias.  

"O aluguel no shopping é alto e inviabiliza a renda dos negócios. O reajuste contratual pode chegar até a 30% de aumento. Infelizmente, não existe diálogo da direção do Shopping Estação com nós lojistas. A equipe que está a frente da atual administração do empreendimento tem se trancado para o diálogo com os operadores e adotado postura de intransigência e falta de flexibilidade para com os parceiros lojistas, bem diferente da utilizada quando chegaram,  onde ofereciam propostas bem interessantes e atrativas para tirar os lojistas dos shoppings concorrentes", informou um deles.

 

Outra reclamação dos lojistas é que a direção do Shopping Estação mostrou-se insensível na recuperação do comércio pós-pandemia. A partir de março de 2020, houve medidas de restrições de circulação social e limitação dos horários de funcionamento do comércio para evitar aglomerações e contaminações em massa. Um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que 75,2 mil lojas fecharam as portas em 2020 no Brasil por conta da crise sanitária.

"O Shopping se coloca numa posição onde todas as garantias e seguranças ficam para eles, e os lojistas assumem todos os riscos. A prova disso é a intolerância da administração nas negociações,  seja de pendências de aluguéis,  seja no processo de renovação contratual,  onde não aceitam o argumento de queda no fluxo e receita por parte dos lojistas, mas que no entanto,  no processo de execução movido pela prefeitura em desfavor do Shopping, eles alegam e tentam justificar o não pagamento ao município à queda das receitas. Isso é no mínimo contraditório,  uma vez que para nós lojistas, eles alegam sempre que os números de frequentadores e vendas só aumentam.  Ou seja mente ou para a justiça ou para nós, quando fala que não há queda de receita", informou um micro-empresário com loja no estabelecimento.

Um terceiro micro-empresário, que aceitou falar sob condição de anonimato, lamentou os rumos da administração do Shopping Estação. Isso por conta da falta de diálogo da direção empresarial com os lojistas.

"Essa administração distanciou-se muito dos lojistas. Depois que veio a reabertura, trocaram praticamente todo mundo. Ninguém consegue falar por ligação,  mensagem ou e-mail. 

E até mesmo pessoalmente ficou difícil.  Estão sempre em reunião  - pelo menos é o que dizem - e as promessas de retorno nunca se concretizam.

Muitas das vezes os assuntos não são nem específicos das nossas operações...questões relacionadas ao condomínio, assuntos para o bem comum, como manutenção dos banheiros,  que ultimamente com frequência têm se encontrado em condições de abandono, com descargas, torneiras ou portas quebradas,  vasos entupidos, mau cheiro".





Fonte: Da redação
Data: 06/09/2023