Gaeco cumpre decisão para sequestrar caminhonetes e carros de servidores da Sema suspeitos por fraudes


O setor ambiental do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) deu cumprimento a decisão proferida pela Ana Cristina Mendes e sequestrou duas caminhonetes e dois carros que estavam sob posse dos servidores da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) alvos da Operação Loki.

O analista de meio ambiente Ronnky Chael Braga, sua esposa e o ex-superintendente de regulamentação da pasta Alessandro Pontes Gomes são suspeitos de causarem prejuízo aos cofres públicos de R$ 495 milhões por meio de fraudes em Cadastros Ambientais Rurais (CARs).

Foram sequestrados e alocados no pátio do estacionamento da Sede das Promotorias de Justiça da Capital, nesta terça-feira (5), uma Chevrolet S10, uma Mitsubishi Outlander, uma VW Parati e um Toyota Etios. 

O cumprimento do Gaeco se deu sobre a decisão proferida pela magistrada da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, cuja ordem foi para o sequestro, além dos veículos, de uma fazenda e dois sítios localizados, respectivamente, em Rosário Oeste e Coxipó do Ouro, na capital. Os imóveis estavam em nome de Ronnky e sua esposa, Cácia Priscila Machado.

Ronky Chaell Braga da Silva (ex-candidato a deputado estadual) e Alessandro Pontes Gomes (ex-superintendente de regulamentação) são velhos conhecidos da Justiça e foram afastados da Sema após a deflagração da Operação.

Ambos já foram presos na Operação Polygonum, deflagrada em 2019 contra ações fraudulentas na secretaria e agora responderão a Processo Administrativo Disciplinar, já que foram demitidos da pasta. 

No último dia 29, a juíza Ana Cristina Silva Mendes recebeu denúncia movida contra eles e Cacia Priscila Machado de Oliveira, pelos Crimes de Integração à Organização Criminosa, lavagem de dinheiro e Crimes Ambientais. 

Operação Loki 

Na tarde do dia 31, o setor ambiental do Gaeco deflagrou a “Operação Loki”, desdobramento da Polygonum, para desarticular o grupo criminoso que teria fraudado Cadastros Ambientais Rurais (CARs) na Sema e laudos tipologias de vegetação em imóveis situados na Amazônia Legal. 


Até o momento, já foram levantados prejuízos ambientais no valor de R$ 495 milhões, além do sequestro de R$ 500 milhões. Foram realizados desmatamentos ilegais em 20 mil hectares.

Em cinco anos, Ronky, que à época dos fatos (ano de 2019) recebia remuneração mensal líquida de R$11.620,82, movimentou em sua conta, entre créditos e débitos, o valor de R$ 12,3 milhões. Desse montante, conforme apurado na investigação, pelo menos R$ 798.521,36 foram depósitos em espécie. 

Segundo o Gaeco, em cumprimento a mandado de busca e apreensão realizado durante as investigações, em momento anterior à Operação, foram apreendidos na casa de Alessandro R$ 86 mil em espécie, considerados como de origem ilícita. 

Lavagem de dinheiro

Além disso, apontam as investigações que Ronnky, em conluio com sua esposa, usava empresa de fachada para lavar o dinheiro adquirido no esquema por meio de compras de veículos e propriedades para despistar a origem ilícita do montante. 

Segundo a acusação, Ronnky teria movimentado, entre 2014 a 2019, mensalmente, elevadas cifras, incompatíveis com a remuneração de um engenheiro florestal, servidor público, o que chamou atenção dos agentes do Gaeco. 

Para lavar o dinheiro obtido no esquema, eles usavam a empresa Cacia Priscila Machado ME para ocultar a origem ilícita do patrimônio. De acordo com os agentes, durante Busca e Apreensão foram localizados veículos, valores em espécie em moeda nacional e estrangeira e folhas de cheques nas residências dos denunciados, cujos informes indicariam a suposta prática do crime de lavagem de dinheiro.





Fonte: Da redação
Data: 06/09/2023